segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Esquizofrenia Simples




Dos cinco sites que visitei, quatro concordam que sofro de esquizofrenia simples ou transtorno deteriorante simples. Ok, diagnósticos on-line são besteiras em html, entretanto servem de argumento para muitos que já me intitularam de louco.

Os sintomas? Progressiva perda de capacidade de socialização e comunicação, crises de perda de orientação, noção de tempo e raciocínio lógico acompanhados de sensação de estar perdido e urgência.

Em outras palavras, para cada dia que passa, vou falar cada vez menos e mais embolado. Meus textos vão piorar ainda mais. Terei inexplicáveis surtos de distração e improdutividade ao mesmo tempo em que ajo incoerentemente.

Acredito na veracidade desses diagnósticos, pois, além de eu estar na idade certa na qual a doença se manifesta, é verdade assumida que tá ficando cada vez mais complexo conversar. Antes tudo bem, conversava normalmente. Agora, numa conversa a três, não compreendo quase nada do que é dito. E quando digo algo, tenho que me esforçar muito para não atropelar pensamentos ou palavras sem gritar ou falar baixo demais. O que era tão simples como respirar ficou tão difícil quanto montar um quebra-cabeça. É branco, é desesperador.

E aí vem a típica crise de confusão e desespero geral da doença. Engraçado, mantenho-me ciente, mas incapaz pensar bem. Fico extremamente confuso e sem para onde ir, olhar ou o que fazer, mesmo dentro de casa ou em ambientes familiares. Ao tomar uma ação, normalmente cometo algum equívoco. Troco as coisas e falo coisas sem sentido. Permanecer inerte, sem tomar nenhuma ação pode ser uma boa saída, entretanto caso eu tenha tarefas pendentes, vou perder muito tempo olhando para o nada. Dormir é útil, pois dá tempo do problema passar (nem sempre resolve), mas se não estiver com sono, não me resta nada além de esperar ao lado de uma ansiedade incontrolável que me cochicha bobagens. Ah e me assusto muito mais facilmente nesse estado. Uma biribinha me mata do coração.

Smartphones são uma benção para os loucos. Quer dizer, durante momentos de crise, se eu, quando estou são, tiver agendado meu dia, não tem muito erro. É só fazer o que o telefone manda. Fica mais fácil de não se perder.

Alguns colegas já me presenciaram com a crise, mas sem saber do problema. Evidentemente vão tentar tomar distância. Um japa doidão gritando insensatezes. Eu heim? Sai!

É horrível, péssima doença para se ter. Esquizofrenia. Deve ser castigo divino, pois um dia esnobei todos que vão para psiquiatra. Bem, loucos não podem viver bem mesmo. Digo o mesmo para mim. Que as pessoas sãs não sejam prejudicadas por minha loucura e nem percam tempo e recursos tentando curá-la.

Pelo menos dá para tirar proveito disso. Se eu cometer alguma gafe, posso me defender com a seguinte frase:

“Pow, não zoa não, vai que é doença.”

Se bem que louco que é louco não sabe que é louco.

Deve ser efeito colateral do sono polifásico.

É só sono.

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