quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Zugota! Sabedoria Smurf! Música tema para os personagens!

 Na busca de encontrar uma melhor maneira de escrever meu livro. Pesquisei uma série de métodos online e li alguns textos em inglês sobre o método Snowflake. A primeira impressão que o método passa é que se trata de um autor falido que por não conseguir vender seus livros de romance, escreveu um livro sobre "como escrever um romance" e tenta vendê-lo pela internet.
 Não vou explicar ao fundo sobre o Snowflake, só saiba que o princípio está em desenvolver uma frase para o livro. Desenvolver a frase num parágrafo e depois num capítulo. Consiste em montar um esqueleto e adicionando aos poucos a carne. Útil, mas não completo.

 Daí que percebo que inventei um "truque" próprio muito bom para montar a história, no caso, os personagens.

 Talvez a coisa mais difícil e útil é montar personagens com emoções e ações realmente humanas. Criar bons personagens não é algo fácil. Nem para o mestre de RPG, que normalmente cria muitos personagens, mas que em sua grande maioria são superficiais demais para serem tidos como realmente humanos. O escritor de romances contemporâneos normalmente também tem problemas de criar personagens que ajam como uma pessoa de verdade. O objetivo de ter personagens realmente humanos é criar verossimilhança no texto além de facilitar o fluxo das cenas, pois não é necessário forjar as "falas" de cada personagem. Basta dar a voz á eles e o texto sai até mais comprido do que deveria.
 Daí existem milhares de formas de você construir os traços psicológicos dos personagens. Lhes apresento o método passo-a-passo Zugota! De criação de personagens!

 Para criar um personagem aleatório:
  1. Ligue seu rádio numa estação de rock
  2. Anote as 2 primeiras músicas
  3. Agora numa estação pop
  4. Anote 1 música
  5. Numa estação aleatória
  6. Anote 1 música
  7. Alguma música de seu MP3 player
  8. Anote 1 música no aleatório
  9. Se achar que está bom, corte alguns passos.
  10. Você pode também apelar para a internet
  11. Entre no Facebook e pegue a primeira música que estiver postada.
  12. Não esqueça de anotar os nomes dos autores das músicas

 Use as músicas que você tem em mãos para criar o personagem
 Analise as letras e crie uma lista dos temas em comum. Como 90% das músicas do mundo se tratam de amor, não caia na besteira de generalizar o tema para "amor".
 Também não esqueça da sonoridade. Se predomina músicas tristes, faça um personagem triste. Se predomina músicas alegres, um personagem alegre. Se existem os dois, melhor ainda, você tem algo realmente humano que é a bipolaridade.
 Exemplo de Lista obtida:
  1. Peral Jam - Even Flow
  2. Metallica - One
  3. Lady Gaga - Marry The Night
  4. Rita Lee - Reza
  5. Avicii - Levels
  6. Nissin Orfali- Eu sou o nissin <---LoL, não acredito?????? (opção do Facebook)

 A primeira vista parece uma bagunça. Mas analise as letras de cada música e procure identificar um tema. Esse ponto é completamente subjetivo e parte das habilidades do autor. Nesse caso, nós inferimos os seguintes temas e sensações para cada música:
  1. Even Flow - Nada a perder, recomeçar/Resolução
  2. One - Desejo de suicídio, Deus/Desespero (?? Não gostamos de metal e somos péssimos para entender essas letas, mas deve-se seguir o método)
  3. Marry the Night - Vida de Solteiro(a), Festa e drogas/Resolução
  4. Reza - Deus, Causo invejas/Estou muito bem
  5. Levels - Conquista, positividade/Epifania
  6. Eu sou o Nissin - Uma família legal??/Estou muito bem

Já temos um perfil de humor do personagem: Normalmente muito estável e resoluto, mas quando têm quedas, essas são muito pesadas.
Já temos um perfil social do personagem: De família legal, solteiro, relativamente religioso, talvez consuma algum tipo de droga (álcool, cigarro, ilícitos)
Emoções negativas e perda são comuns para fazer um personagem agir. Assim devemos ver o que ele pode perder: Pode perder a família, se casar, ter uma desilusão sobre sua religião ou se render ás drogas citadas.
Talvez as músicas indiquem mais para mulher ou para homem. Na nossa seleção não há nada muito decisivo. A escolha ainda é do escritor.
Vê como temos um bom personagem em mãos sem ter que espremer demais os miolos?
 Não fique preso ao método. Sinta-se livre para remover, adicionar ou trocar as músicas. O personagem é do escritor e a última palavras sempre será dele.


 Agora vamos à uma cartada máxima do método. O nome do personagem.
 Muitas vezes é a parte mais difícil. Tem gente que cria um nome e uma hora depois pensa e algo diferente, aí vê um nome interessante na TV e coloca no personagem e no fim do processo temos um nome básico sem unicidade, como por exemplo Carlos Alberto. (a menos, é claro que seja essa a intenção do escritor. Harry Potter é um nome comum no Reino Unido, seria algo aqui no Brasil como José da Silva. Duvido que um livro br com esse protagonista daria certo.)

 Ainda tem os nomes dos autores? Bandas e nomes artísticos, se necessário, devem ser "derivados" e pegue os nomes do membros da banda ou o nome real do artista.
 Com esses dados, pode-se montar vários nomes. Fica mais fácil, pois trabalhamos num universo finito de nomes, diferente de quando temos todos os nomes do mundo e nossa cabeça de mero mortal não é capaz de lidar com tantas possibilidades.(se vc é gênio, sinta-se livre para esquecer tudo que leu, inclusive o endereço do blog).

Dois nomes femininos.
Stefani Carpender Jones
(Lady gaga+Guitarrista Pearl Jam+ Nome do meio completo de Rita Lee)
Angelina Mustaine Lee
(Lady gaga+ Dave Mustaine+ Lee)

Se você precisa de algo mais nacional e brasileiro, abrasileire!
Estefânia Carpendi Jones
Ângela Mustaine Lee

Dois nomes masculinos e respectivas versões brasileiras
Eddie Alan McGovney/ Eduardo Alan McGovney
Ronald Hetfield/ Ronaldo Hetfildo
Bônus: Nissin Vedder.

Plágio? Não! Claro que não! INTERTEXTUALIDADE! SAHUUHSASUAHAHUSSHAUSHUAHUSHSUAHSUA!

 Literatura e música

 Agora que viu a prática, tente entender a teoria do método e por que ele funciona.
 Em primeiro lugar. Entenda que nada na arte se cria do zero. Sempre existe algo para copiar. Não entenda "copiar" como um simples ctrl+c ctrl+v. Sempre haverá perda e ganho de informações para cada cópia, gerando algo novo. Os antigos, tentavam copiar a natureza quando ainda não havia arte em si. Os brilhantes pintores renascentistas tentaram copiar as tendências clássicas dos gregos.
 Por intuição, o escritor deveria copiar a mesma arte, ou seja, a literatura. Contudo, é uma limitação pensar e ter ideias vindas somente desse meio.Muitas obras (até as famosas tipo Iracema, O Cortiço) os personagens não são verdadeiramente humanos. Em outros livros mais básicos (Harry Potter, Percy Jackson), nossas análises não enxergam uma profundidade psicológica nos personagens que apenas vão usando poderes e magia para matar os vilões. Típica visão maniqueísta que defende a ética da burguesia neo-liberal. É claro que existem livros com personagens realmente brilhantes e humanos, mas entenda que é uma LIMITAÇÃO usar apenas a literatura como base para seus próprios escritos.
 E que outra arte supera a literatura?
 Todas, exceto artes plásticas e talvez teatro.
 Não é todo mundo que lê. Por isso a indústria do entretenimento está focada no cinema, na música e nos games. O cinema está sujeito aos mesmos problemas do Harry Poter e Percy Jackson. Isso é tão verdade que esses dois viraram filme. Os games, embora sempre tenham roteiros muitos superiores aos de cinema, não possuem ambientação para romances que lidem com o cotidiano de pessoas normais ou situações realistas. Pode-se dizer que o deus da guerra, Kratos, tem muito mais profundidade psicológica que o jovem bruxo, (Ira, Vingança, Suicídio, Esperança) mas, a menos que vá escrever uma aventura, não há muito para ser aproveitado. Tem noção alguma um careca bombado com duas espadas ensaguentadas no meio da avenida paulista? Então você vai fazer um romance baseado em The Sims? Que tal Harvest Moon? Outro simulador fofinho da vida utópica do campo? Não, isso não é verossímil. E verosimilhança é vital para sua obra fazer sentido e ser aceita pela público. Dá para aproveitar uma coisa ou outra, mas a maioria fica de lado.

 E lá vem a música.
 Essa é a arte mais verdadeira para representar os sentimentos humanos. Pode perder para as artes plásticas, porém você não vai colocar um quadro ou um escultura no seu notebook para escrever e ficar no alt+tab para ver a imagem. É muito mais prático botar o iPod para tocar numa caixa respeitável e mandar bala nos rascunhos.
 O motivo da música ser uma das artes mais humanas deveria receber um artigo próprio, mas ainda assim continuarei escrevendo apesar de seus e dos meus olhos já estarem cansados com o brilho de seu monitor.
 A música funciona para criar personagens, pois normalmente os músicos criam letras relacionadas a situações que pessoas convencionais (seu público) passam. Quem nunca amou na vida? Isso é de lei. Até os brutos amam. Outro ponto está que cada pessoa reage de forma única e diferente para cada situação. E cada pessoa tem seu repertório de músicas que diz muito sobre ela. As músicas em si não são únicas, mas o conjunto é único. Daí a necessidade de mais de uma música na nossa seleção.
 Na vida real as músicas de uma pessoa não implicam na personalidade e sim que a personalidade implica na seleção de muitas das músicas. Contudo estamos criando personagens fictícios e a menos que queria seguir métodos deterministas onde o meio define o personagem, essa continua sendo uma forma de estimar as personalidades.
 E antes que alguém reclame ou elogie de rock aparecer 2 vezes na nossa seleção aleatória vou justificar o ocorrido:
 Rock não tem nada a ver com Zugota! Rock alternativo até que vai, mas rock não é Zugota! Não gostamos do gênero e se nos fosse dado o poder, erradicaríamos esse estilo que foi artificialmente propagado pelas grandes gravadoras. Todavia, não temos esse poder e nem é a intenção do artigo. Ocorre que a probabilidade de uma canção de rock possuir maior profundidade de sentido é muito maior do que a de muitos outros ritmos. Música eletrônica, pelamordedeus, muitas vezes só tem um refrãozinho besta que repete a música inteira. Tem muito funk e sertanejo com muito mais profundidade de sentido que um David Getta. Talvez recorrer a algum rap seja a saída, mas nós não conhecemos o gênero.
 Se crê que tem algo de errado na seleção das músicas, o escritor tem todo o poder de mudar e desmudar a seleção. O método é só uma ferramenta que deve ser afiada a gosto do lenhador.

 Agora, você descobriu o meu segredo de escrever histórias.
 Ou não. Devo ter mentido pra você. Esqueça o que foi escrito. Perdeu tempo de sua vida, que eu perdi os ombros digitando no maldito Positivo.

T+!

The Spirit of Sound Track is with you!

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